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Remedeios é fácil de entender. Está escrito a 2 cores, 2 vozes. Quando uma voz inicia, cabe à outra terminar. O compromisso é só um: manter as versões iniciais (originais) intactas. Fora isso, as vozes (as 2 e todas) que se entendam.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Mito ou evidência? #1

Diz-se por aí que:


'Cada um tem o que merece'

Sobre o que dizem por aí:

Há uma pessoa muito minha amiga que me diz uma frase que é: "nós somos aquilo que acreditamos ser"
E há uma pessoa que lhe dá razão - essa sou eu.

Há então uma pessoa -eu, que do mito à evidência lhe acrecenta a palavra acreditar.

cada um tem o que acredita merecer.

Será então que ambas as pessoas já aceitam assim a frase, como evidente?



7 comentários:

Luísa disse...

Concordo, tem que se acreditar que se merece, acreditar é meio caminho para encontrar forças e reuni-las numa luta pelo que se acha merecer.
Mas também discordo, existem aqueles que julgam acreditar que merecem algo quando toda a sua história, a sua vida lhes grita "Não, este não é o caminho que mereces, porque estás aqui agora a desejar o que não podes ter, o que não mereces?". E depois existem aqueles que parecem ter tudo sem esforço... parecem...
Entre o mito, a crença e a evidência, eu voto no mito e acredito na crença, só assim eu entendo porque é que existem pessoas que merecem mais do que a vida lhes ofereceu mas que lutam e demoram tanto a receber o que realmente merecem.

.inme. disse...

Dou-te razão Vlada.
Em termos objectivos a frase é de facto um mito...

aliás, dada a diversidade humana e a individualidade e subjectividade de cada um de nós, é sempre mais correcto referirmo-nos às frases que se referem a nós, humanos, como mitos do que como evidentes...

cada dia que passa é mais complicado não utilizar a palavra "depende do caso"

cada dia que passa mais me apercebo que a nossa individualidade nos dificulta cada vez mais o entendimento,

cada dia que passa, somos cada vez mais como os iogurtes,... antes os iogurtes eram produtos à base de leite com vários sabores e ponto, bastava-nos.

hoje, há quase um oceano de pacotes com apelidos vários em cada supermercado e encontrar um iogurte no meio daqueles pacotes todos que já sao tudo menos iogurtes, torna-se complicado, complexo, enfadonho e pior... nao nos satisfaz... é que quanto maior a diversidade e conhecimento, maior a insatisfaçao...

mas bem, ja estou a divagar.

Isto tudo para dizer que cada vez é mais complicado falar sobre o geral...porque o conceito parecer tender a desaparecer...

Luísa disse...

Em tempos tive um professor de economia que se parecia mesmo com um professor de economia... apesar de ter como nome Zorro!
E ele utilizou a analogia dos iogurtes, tens razão, hoje existe inúmeros pacotes com inúmeros conteúdos, desde o cremoso ao líquido, passando pelos com aroma terminando nos com pedaços e nunca esquecendo os de sobremesa...
Nunca me hei-de esquecer quando ele disse "existe uma pequena franja da população que irá adquirir aquele iogurte e só por isso vale a pena investir, porque é algo novo, é algo diferente."
Sim, somos cada vez mais como os iogurtes... Espero nunca vir a azedar!! :)

Suhl disse...

Poderei concordar ctg em relação ao escrito no post quando aprendermos a não valorizar o que não existe. Nas tuas próprias palavras: 'Como valorizar o zero?'.

Pondo isto em prática, então sim, poderei concordar com o cada um tem o que acredita que merece. Porque os zeros das nossas vidas deixam de entrar para a contagem.

Sabendo eu que esta prática é complicada, a minha concordância fica reduzida. Isto porque muitos dos aspectos a que aplicamos este 'chavão' estão não só dependentes de nós, mas dependentes de outros. Dir-me-ão que se os outros não servem a nossa crença, mudemos os outros. Direi que em alguns casos é impossível este câmbio.

Ou talvez me digam que pode então ser necessário mudar a nossa crença. E também aqui há falhas facilmente identificáveis... É a diferença entre o ser e o ter/merecer. Podemos 'ser' o que acreditarmos. Mas poderemos 'ter/merecer' o mesmo?

Penso que não....

Suhl disse...

Em relação à analogia dos iogurtes, q foi a primeira vez q ouvi e me pareceu deveras interessante, faço só uma reflexãozita...
Eu gosto de experimentar iogurtes... vários. Quando gosto de um sou fiel por muito tempo até me fartar e já não o poder ver à frente. E salto para outro iogurte. Nunca como dois de uma vez, mas conheço quem o faça... Mais um pormenor: Há alturas, em que simplesmente não me apetece iogurtes...
Reconhecem este comportamento ciclíco... pois...

Poderia ser um slogan do género...'veja como se comporta com os iogurtes, entenda como é...'

preocupante, pouco animador, e definitivamente não me agrada!

Suhl disse...

E mais uma perguntinha que me aflige ;)

ora se eu até sou boa pessoa, porque é q o meu caminho é mais longo?? (ou mais acidentado)

(dependerá da perspectiva com que o observo?)

Luísa disse...

Pois... isso das perspectivas também tem muito que se lhe diga!
Pode-se aplicar a mesma analogia dos iogurtes... mas existem alturas em que já se viveu tanto que o que merecemos bem podia chegar de uma vez por todas... uff!