A outra servia para virar e conduzir o carro, portanto levava-a a casa.
Centrando a nossa história na mão esquerda e na paisagem que se iluminava pelos máximos, tudo o resto era escuro, ela esticou o dedo indicador e o dedo médio. Sintonizou-os na música que se ouvia e, ao som, ao ritmo, à sinfonia da melodia eles viajaram.
Faziam-se agora duas viagem e cada uma das mãos, respectivas condutoras.
Uma, a direita, segura e precisa nos gestos. Concisa, decidida e objectiva. Tolerante com a falta da congénere, procurava o final da viagem. O porto seguro da chegada a casa. Permitia-se pequenas oscilações, pequenas pisadelas no risco, mas rapidamente recuperava a posição e o traço do caminho pelo qual se guiava.
A esquerda, inconsciente, alheou-se do percurso familiar e procurou a oscilação e a imprevisibilidade da banda sonora do momento. Assim era em todos os momentos. Absorvidos, assimilados, sentidos no seu todo. Únicos e indesperdiçáveis. Até a desprimor da integridade.
Fez-se a viagem, as viagens, a duas mãos. Direita e esquerda. Razão e coração.
1 comentário:
isso é o que chamo de condução radical... ahahahah!!!
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