Confrontou-se diante do futuro e o ontem surgiu. Girou sobre o seu futuro, 175 graus sobre o amanhã, e caminhou. Decidiu pois, não tomar o mesmo caminho que o seu passado já percorrera, ainda que com rumo igual (entre os 90 e os 270 graus o rumo mantém-se, ainda que variando visões, supunha ela). Deixou 5 graus de espaço do seu percurso passado - 180 graus. Distanciavam o passado real do passado percebido por ela, esses 5. A continuar na linha dos 175 graus, quando chegasse ao final do seu passado, estaria suficientemente longe dele, para o poder encaixar, compreender e aceitar. Regras da matemática aplicadas. Esta era, achava ela, a melhor estratégia de ataque: A visão do seu passado de um outro ângulo. Definiu-a para não se despersonalizar, mas sim aceitar. (TL)
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E iniciou a caminhada. Ao primeiro passo deteve-se. O caminho dos 180 graus levou ao hoje. O hoje foi igual a um ontem que não admite uma terceira repetição. Mas o percurso, na maioria das vezes, não é o mais importante para chegar à etapa seguinte. Quando atingimos o limite do circulo não é preciso parar, podemos começar a percorrer a circunferência até atingirmos o ponto que tudo fizeramos para evitar. E a inevitabilidade acontece. Perguntou-se então se valeria a pena investir naquela caminhada rectilínea, não se permitindo uma rotação, ainda que mínima. Perguntou-se se é possível mudar o que queremos ser, e concluiu que temos de começar por mudar aquilo que acreditamos ser. Sorriu. E começou por aceitar o passado como vida, desprezando a necessidade da fuga. Sorriu, e definiu o sorriso como a sua meta. Uma meta não a alcançar, mas a manter. Fechou os olhos, saiu da linha e girou aleatoriamente.(Suhl)
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